Atlético Sport Aviação à beira de extinção
Atlético Sport Aviação à beira de extinção
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O Atlético Sport Aviação (ASA) está à beira do colapso, se a situação não for revertida com urgência. O clube do Aeroporto de Luanda pode ter um desfecho igual ao de clubes históricos, como Sport Huambo e Benfica “Mambrôa”, 1° de Maio de Benguela, Ferroviário da Huíla, Desportivo da Chela, Construtores e Futebol Clube do Uíge.

Sob a liderança de José Luís “Prata”, antiga figura de proa da agremiação, o cenário vivenciado actualmente pelo ASA é desolador e de cortar a respiração.

A ex-TAAG passa por enormes dificuldades, desde o financeiro, infra-estrutura aos transportes. Os dias de jogos têm sido um Deus nos acuda para criar as condições com vista à sua realização.

Apesar das dificuldades, o ASA nunca faltou a qualquer jogo de futebol. Nos provinciais de Luanda, o emblema aviador compete em todos os escalões.

Apesar dos problemas vivenciados, os jogadores e corpo técnico da equipa principal de futebol mantêm o sonho de regressar à I Divisão, depois da despromoção em 2017. Com o comando técnico de José Dinis, o ASA regressou ao Girabola de 2019. Neste mesmo ano, retorna ao segundo escalão do futebol nacional.

Resta apenas a história

Do campo de treino com a denominação de Joaquim Dinis, localizado na sede da colectividade no Aeroporto 4 de Fevereiro, restou somente o nome do “Brinca N’areia”. O piso sintético está totalmente degradado e não restou absolutamente nada do relvado.

As redes de protecção do campo também estão degradadas, tal como as malhas de ambas as balizas, os balneários, refeitórios e dormitórios inoperantes.

Segundo apurou o Jornal de Angola, o ASA tem um orçamento mensal de 40 milhões de kwanzas, que serve para pagar salários de atletas, técnicos e funcionários, bem como as despesas de manutenção.

Durante a visita guiada ao Complexo Desportivo do ASA constatou-se, igualmente, que o clube necessita de intervenção urgente a todos os níveis, a começar pelo campo, sede social e pavilhão. Por exemplo, durante o período chuvoso, tem havido infiltração de água em vários compartimentos do imóvel.

Lamentações de Job e Lutandila

O actual momento em que o ASA está mergulhado, não escapou aos comentários de Ricardo Job. A antiga estrela do clube lamentou profundamente a situação em que se encontra o ASA e deixou um apelo para que a formação aviadora não desapareça do panorama desportivo angolano.

“É triste ver um clube como o ASA a passar por esta situação. Dói-me o coração. Sou grato a este clube, porque foi lá onde comecei a dar os primeiros pontapés na bola. Não me posso esquecer disso”, disse, acrescentando: “Salvem o ASA, não o deixem morrer”.

Lutandila, ex-jogador do ASA na década de 80, século XX, um dos primeiros reforços contratados no Congo Democrático pelo técnico Chico Ventura. O antigo médio ofensivo da ex-TAAG disse emocionar-se e fez uma pausa para descrever o actual cenário da agremiação.

“Não quis acreditar, quando vi o clube naquelas condições. Espero que as autoridades desportivas façam alguma coisa. Vamos criar sinergias para a recuperação do nosso ASA”.

Fundada a 1 de Abril de 1953, a formação aviadora movimenta as modalidades de futebol, basquetebol e andebol (formação). O futebol colecciona três títulos do Girabola, conquistados nos anos 2000, 2003 e 2004.

Além do Campeonato venceu ainda a Taça de Angola em 1995, 2005 e 2010, bem como a Supertaça de Angola em 1996, 2003, 2004, 2005, 2006 e 2011. E outros tantos do andebol sénior feminino e basquetebol sénior masculino.

Na época colonial, foi um dos grandes do futebol angolano, onde despontaram estrelas como Joaquim Diniz, Justino Fernandes, Sabino, Geovetty, Pratas, entre outros que não caberiam neste artigo.

José Kilamba apela ao bom senso dos gestores da companhia

O ex-treinador do ASA José Kilamba manifestou-se indignado com o actual cenário da agremiação e apela ao bom senso dos gestores da companhia de bandeira nacional, para que o clube não tenha um fim trágico.

Segundo José Kilamba, a formação aviadora não precisa de “mundos e fundos” para se manter como equipa, uma vez que o clube tem quadros capazes para gerir a colectividade.

“Lamentavelmente , os apoios deixaram de existir no ASA, desde que a TAAG passou a ter nova gestão. Portanto, apelo ao bom senso dos novos gestores em mobilizarem apoios para o clube. O ramo dos transportes tem muitas empresas que podem prestar ajudar ao ASA. Com 50 milhões de Kwanzas mês é possível gerir o clube”, referindo que o histórico Atlético Sport Aviação não pode desaparecer da geografia desportiva.

“Espero que as pessoas de direito façam alguma coisa pelo clube. Em tempos, visitei o ASA e não gostei do que vi. Saí de lá muito triste ao ver o meu clube do coração naquelas condições”, lamentou o treinador José Kilamba.

in Jornal de Angola

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