Caso IURD: Bispo Valente Luís contesta decisão do Governo e promete recorrer ao tribunal
Caso IURD: Bispo Valente Luís contesta decisão do Governo e promete recorrer ao tribunal
valente bizerra

A ala angolana da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) manifestou, esta quarta-feira, em Luanda, a intenção de contestar judicialmente a decisão do Governo de reconhecer a liderança brasileira desta denominação religiosa.

Em declarações à imprensa, o líder do grupo dissidente da organização religiosa, bispo Valente Bizarra Luís, afirmou não se rever no recente Decreto do Ministério da Cultura que altera os símbolos da agremiação e reconhece a facção dirigida pelo também angolano Alberto Segunda.

O Governo angolano reconheceu, recentemente, a nova denominação da IURD no país, que passou a designar-se Igreja do Reino de Deus em Angola (IRDA), tendo determinado a transferência de todo o património para a nova entidade.

O bispo Valente Bizarra Luís anunciou que a ala que dirige pretende recorrer às estâncias judiciais, para contrapor a decisão que favorece a parte oposta.

O religioso disse que o seu grupo ficou revoltado com a decisão do Governo e reconhece haver uma direcção que, no dia 8 de Fevereiro, se reuniu para trocar a designação e a sigla da instituição.

Bizerra acusou a ala de Alberto Segunda de alegadamente não ter cumprido o acordo que visava a reconciliação e por ter “forçado” a realização de uma Assembleia Geral que afirma ter sido ilegal.

Por outro lado, o bispo referiu que foram despejadas todas as famílias que estavam hospedadas em condóminos e templos da igreja, inclusive pastores, por alegadas ordens superiores.

O Decreto Executivo nº 74/24 de 14 de Março do Ministério da Cultura e Turismo confirmou as alterações saídas da reunião extraordinária do conselho de direcção da IURD Angola, realizada no dia 8 de Fevereiro de 2024.

Com base no diploma legal, o Governo reconheceu as alterações relativas à nova denominação, logótipos, símbolos, estatutos e regulamentos internos.

O Decreto, assinado pelo ministro Filipe Zau, determina ainda que os direitos, obrigações e os processos sob gestão da IURD transitem para a IRDA, conforme definido no estatuto aprovado na reunião de Fevereiro passado.

O conflito interno na IURD remonta a 2019, altura em que um grupo de fiéis dissidentes em Angola acusou a direção brasileira de crimes financeiros, racismo, discriminação, abuso de autoridade e obrigação da vasectomia.

Os desentendimentos internos deram origem a duas alas, sendo uma de origem brasileira, liderada agora pelo angolano Alberto Segunda, e outra de origem angolana, dirigida por Valente Bizerra Luís, que reclamavam todos ser os legítimos representantes da igreja fundada por Edir Macedo.

De realçar que, em Dezembro de 2020, o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) confirmou a liderança do bispo Valente Bizerra Luís na comissão de reforma da igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola.

Em carta endereçada àquela instituição religiosa, a 17 de Novembro de 2020, o INAR declarou que, para efeitos de legalidade da liderança da IURD Angola, é suficiente o Diário da República, III Série, número 129, de 26 de Novembro de 2020.

Deste boletim oficial do Estado constava a Acta da Assembleia-geral Extraordinária, de 24 de Junho do ano acima referido, e o Termo de Certificação de outros factos, emitido pelo 4.º Cartório Notarial de Luanda.

O Diário da República confirmava a eleição dos representantes da IURD Angola e confere poderes ao coordenador da Comissão de Reforma, Valente Bizerra Luís, para representar a igreja de origem brasileira em Angola.

Conforme o documento, o conselho consultivo é integrado pelos bispos, pastores, obreiros e membros da igreja subscritores do memorando da criação da comissão de reforma.

A publicação oficial refere que Valente Bizerra Luís tem a incumbência de representar a igreja nos vários organismos estatais, associações civis, públicas e privadas, bem como negociar, receber bens, meios e serviços conexos.

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