Angola apesar de ser elogiada aquando da 26 ª conferencia regional africana da Interpol sobre os crimes cibernéticos, ainda continuamos a registrar alguma falta de celeridade quanto a criação de mecanismo para proteção de dados de instituições publicas e privadas bem como formação de quadros.
Temos em carteira o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de incidente Informáticos (CERT) que será espécie de um Security Operation Center (SOC) que trabalhara na detenção e prevenção destes ataques cibernético, mas desde seu anuncio ainda não verificamos sinais ou previsões conclusivas.
Os recentes ataques as instituições como ENDE, COSAL e a INFRASAT (este último os hackers solicitaram 60.000.00 USD como pagamento para não exposição de dados sensíveis) demonstram que devemos ter postura diferente ao assunto. Indigna-me dois pontos a referir sobre o assunto:
- Angola não aderiu a convecção de Budapeste que é um tratado internacional sobre direito penal e direito processual penal, firmado no âmbito do Conselho da Europa a fim de promover a cooperação entre os países no combate aos crimes praticados por meio da Internet e com o uso de computadores. Muito se tem falado da característica Transnacionais destes crimes o que significa que e mais difícil combate isolado. (vale referir que angola é apenas membro da convecção de Malabo).
- Conselho de Segurança Nacional não tenha quadros ligados as TIC’s uma vez que contribuições dos mesmos, estando próximo ao Presidente da Republica poderiam salvaguardar o futuro progressivo do sector, bem como acentuar a importância do mesmo.
Devido a grande onda de digitalização dos serviços e massificação das empresas no ramo digital, as instituições serão obrigadas a assegurar a sua informação para aquilo que chamamos Cybersecurity Insurance ou seguro de responsabilidade cibernética que funciona mediante um contrato que uma entidade pode adquirir para ajudar a reduzir os riscos financeiros associados à realização de negócios ou serviços online. Instituições que armazenam dados confidenciais de clientes, parceiros, transações electrónicas.
Este tipo de serviço será nas próximas épocas essências dividindo-se em:
- Seguro Cibernético Primário (Cobre todos custos relacionados a ataque cibernético,)
- e Seguro Cibernético de terceiros (pode ser comparada ao seguro com teor de responsabilidade civil profissional, no sentido de que caso a empresa esteja a ser processada por outra por erros que cometeu e levou a perdas ou danos dessa empresa).
Angola encontra-se motivada para a digitalização das suas infraestruturas/serviços com o fito de ter eficiência e ter rápida resolução de alguns problemas, mas se essa vontade não for directamente proporcional a literacia tecnológica estaremos em grande desvantagem face aos crimes cibernéticos
*Licenciado em Engenharia de Telecomunicações pela Universidade Católica de Angola
- Mestrando em Gestão de redes e Computadores.
- Membro da Ordem dos Engenheiros de Angola.
- Profissional a nível de redes Cisco (CCNP).
- Membro Fundador da Associação Vida &Luz (Filantropia)