Cuanza Norte: Presença de ravinas coloca em xeque discurso do presidente do MPLA
Cuanza Norte: Presença de ravinas coloca em xeque discurso do presidente do MPLA
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Presença de altas ravinas no município de Golungo-Alto, província do Cuanza Norte, coloca em xeque discurso político do presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) proferido no passado dia 3 do corrente mês, no Distrito Urbano da Camama, em Luanda.

Segundo João Manuel Gonçalves Lourenço, número um do partido que suporta e sustenta o governo angolano desde 1975, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), em quase 50 anos, foi mais feliz e capaz de realizar os anseios de Angola e dos angolanos do que o colono português que perdurou em Angola cerca de 500 anos.

Um discurso que se enquadra, conforme agenda dos partidos políticos angolanos, com algum respaldo parlamentar, na abertura do ano político 2024 do partido dos camaradas ocorrido no Camama, em Luanda, por sinal maior praça eleitoral do país.

Entretanto, de acordo com os estudantes e activistas sociais, António Amaro e José Matola, ambos residentes naquela circunscrição, o discurso segundo o qual “O MPLA, em 50 anos, fez mais que o colono português que perdurou cerca de 500 anos em Angola” proferido pelo João Lourenço, líder do MPLA, no passado dia 3 do mês corrente, em Luanda, aquando da abertura do ano político da sua agremiação partidária, demonstra um autêntico insulto aos anseios do povo angolano, particularmente aos cidadãos do município de Golungo-Alto, a julgar pela presença massiva de ravinas que ameaçam engolir as suas residências.

“O discurso do presidente do MPLA, João Lourenço, em Luanda, aquando da abertura do ano político do seu glorioso partido, demonstra um claro e autêntico insulto aos angolanos – de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste –, principalmente a nós, cidadãos do município do Golungo- Alto, senhor jornalista”, infatizaram.

Lamentando que “o Golungo-Alto continua preso às raízes do colono português. Aqui, no município, não há nada de bom que o MPLA fez senão a pobreza, o desemprego e as fortes presenças de ravinas que ameaçam engolir nossas casas”.

Os mesmos garantem que o partido da situação já não tem nada a oferecer alegadamente ao povo angolano, particularmente àqueles munícipes; pelo que, em nome de todos, pedem a pronta intervenção dos deputados da oposição com algum respaldo parlamentar.

Salomão Chibuabua e Jaime Contreiras, camponeses e residentes há mais de 25 anos no município, mais do que comungarem com as opiniões segundo as quais, o partido no poder já não tem nada a oferecer alegadamente ao povo angolano, acusaram igualmente a agremiação dos camaradas, através do seu líder máximo, João Lourenço, de ser a mais desonesta e mentirosa de todas que compõem o tecido político-social.

Na visão dos também senhores das enxadas e catanas, não haver alegadamente qualquer coisa de extraordinária que tenha resultado do esforço do MPLA.

“(…) pensamos estar em presença do partido e do político mais desonesto e mentiroso de todos os tempos, que nem o próprio colono português. Ou seja, pelo menos o colono cumpria com o que dizia, agora o novo colono implementado pelo MPLA, desde 1975, só Deus sabe. Olhe, por exemplo, para essas ravinas que nos ameaçam dias-pós-dias. Que tipo de trabalho é esse que o MPLA está a fazer nos seus 50 anos de poder, cambada de mentirosos! Implantar a pobreza extrema e as ravinas?”, questionam.

Jacob Martins, acérrimo militante dos camaradas naquele município, sem gravar entrevista, considerou ser uma atitude populista por parte daqueles citadinos ao não reconhecerem o alegado esforço que a sua agremiação política tem vindo a fazer em prol dos angolanos, desde 1975, em particular dos munícipes do Golungo-Alto.

Margareth da Costa, socióloga e analista residente para os assuntos sociais, disse ser importante os políticos aprenderem a conformar os discursos à pratica sob pena de perderem algum prestígio político.

Ou seja, na visão de Margareth da Costa, é fundamental que os políticos de Angola aprendam a fazer discursos sinceros e honestos face à realidade dos angolanos.

“É fundamental que os discursos dos nossos políticos comecem a que reflectir verdadeiramente a realidade social do povo que, por via do sufrágio universal, decidiu os colocar naquele lugares cimeiros sob pena de perderem dia-pós-dias a confiança desse. Pois, o fim último do Estado, de acordo com a Socióloga, consiste na plena realização dos anseios dos cidadãos e não do próprio político”, apelou.

De recordar que o Imparcial Press procurou, por várias vezes, conforme determina os cânones do jornalismo, manter contacto com alguns representantes de partidos políticos na oposição naquela circunscrição da província, mas não obtivemos qualquer sucesso.

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