Director do gabinete do comissário-chefe Pedro Kandela detido por tráfico de 45,64 quilos de cocaína
Director do gabinete do comissário-chefe Pedro Kandela detido por tráfico de 45,64 quilos de cocaína
Pedro Kandela

Afinal os 45,64 quilos de cocaína apreendidas na última sexta-feira, 19, em Luanda, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) pertence ao director do gabinete do segundo Comandante-Geral da Polícia Nacional, António Pedro Kandela, que responde pelo nome de António Buila “Toy”.

Conforme as informações, o traficante Toy, que ostenta naquele órgão castrense a patente de superintendente-chefe, é citado como o verdadeiro proprietário da mercadoria apreendida e já foi detido pelo SIC.

Sabe-se que, dentre os detidos, está também um sobrinho de um dos administradores do Porto de Luanda, identificado por Aníbal António Vuma.

Ao total, o SIC deteve sete cidadãos, entre eles quatro trabalhadores do terminal portuário da Dubai Port (DP) World Luanda, nomeadamente o diretor de segurança, João Papito, um técnico de frio, um conferente do tribunal e um operador de máquina.

Mas, segundo o Club-K, o SIC ocultou propositadamente os nomes dos implicados no sentido de salvaguardar o bom nome e imagem do 2.º Comandante Geral da Polícia Nacional, o comissário-chefe António Pedro Kandela.

Apesar do director de gabinete do 2.º comandante geral da Polícia ter sido detido, o SIC ainda não encontrou provas que ligam o comissário-chefe Pedro Kandela ao tráfico de droga.  

  A droga apreendida recentemente no Terminal DP Word Luanda foi despoletada na sequência de uma denúncia chegada ao SIC, por um alegado grupo rival à rede dos angolanos.

Segundo avançou à imprensa o porta-voz do SIC, a droga pesada estava camuflada nos ventiladores de refrigeração de três contentores de frango congelado e distribuída em 34 pacotes, correspondente a 45.64 quilos de cocaína.

O primeiro contentor foi apanhado à saída do Terminal Portuário, sendo que os demais foram encontrados em Viana junto à Ponte do 25 e outro ao longo da Via Expressa.

 Caso fosse comercializada em Luanda, o produto teria rendido quase 700 milhões de kwanzas, uma vez que o preço praticado na capital ronda aproximadamente a 15 milhões por quilograma. 

O debate sobre o envolvimento de altas patentes na Polícia Nacional no narcotráfico, assentou-se nos últimos meses depois de um ex-traficante, Eugênio Quintas “Man Gena”, ter publicamente denunciado o actual director geral adjunto do SIC, Fernando Manuel Bambi Receado, como elemento que tem ligações estreitas aos barões das drogas em Luanda.

O denunciante citou também um sobrinho de Receado identificado por “Chefe Bambi”, pertencente ao Departamento do Narcotráfico do SIC, tais como outros nomes como “Romão” e “Bezerra”. Este último é frequentemente citado como muito próximo a elementos que ficaram com o negócios de um falecido barão angolano identificado por “Chon”, de origem caboverdiana.

O comissário Fernando Receado nunca contestou as acusações levantadas por “Man Gena”, que o ligam à rede do narcotráfico nacional. Sabe-se apenas, que uma brigada do SIC, tentou raptar “Man Gena”, a partir de Maputo, onde se refugiou, a fim de o levar para Angola.

De acordo apurações, o negócio do tráfico da cocaína em Angola, é agora encabeçado por um sindicato de angolanos, nigerianos (Hemeca, David, Tony Haka, Tchicuma) que por sua vez rivalizam-se com congoleses (Kuinavidi), baseados na capital angolana.
 
De todos os nomes citados por “Man Gena”, apenas o dirigente do MPLA, Mário Domingos Durão, que foi mencionado como amigo do nigeriano David, é que rejeitou as acusações por via dos seus porta-vozes, nas redes sociais.

Em várias entrevistas Durão, tem reiterado que teve um passado menos bom, e que agora se encontra aplicado em acções partidárias, e investindo na restauração e hotelaria.

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