Disciplina nas FAA – Júlio Gomes
Disciplina nas FAA – Júlio Gomes
FAA

Nas Forças Armadas Angolanas (FAA) já houve tempo em que ser logístico era sinónimo de bonança. Recuando no tempo e espaço, mesmo os que vieram das extintas FAPLA, que tinham o pelouro dos víveres, entravam ‘rotos’, mas de repente exteriorizavam sinais de riqueza.

‘Gamavam’ do arroz, das latarias de toda a sorte, incluindo leite condensado, chouriço, atum, sardinha, enfim, uma infinidade de bens alimentares.

A comida colocava-os na ‘mira’ de muita gente, entre negociantes, mas, sobretudo, mulheres que procuravam relacionar-se com eles, na busca do bem-estar.

Com o país em guerra, poucos se davam ao luxo das três refeições do dia. Depois da paz, em 2002, com a inclusão de militares das FAPLA e do braço armado da UNITA, FALA, a logística continuou a ter ‘peso’ entre os logísticos, muitos dos quais se tornaram milionários.

Nas FAA, a roubalheira era a ‘marca registada’, saiam camiões para o mercado informal, ou ainda para alimentar casas de amantes. Potenciando assim a poligamia entre esses militares que tinham tudo, e dispensavam o salário.

Com a chegada do Presidente João Lourenço ao leme da Nação, acabou toda a confusão então gerada nas FAA, não só com a logística que levou a que alguns tivessem mais de uma, duas, três ou quatro mulheres, mas também com ‘militares fantasmas’ que eram pagos do erário, lesando o Estado em milhões de kwanzas.

Basta lembrarmo-nos do ocorrido na Unidade de Guarda Presidencial (UGP), agora Unidade de Defesa Presidencial (UDP). A revolução foi do dia para a noite e esses que tinham várias damas, agora estão em fuga, porque o ‘pote’ secou.

Se houve disciplinada nas FAA, o mesmo deveria se reeditar na cesta básica. Deve chegar às famílias mais acessível. Aliás, se os congoleses estão a levar os nossos produtos do campo, quando o que se produz deveria ser ‘injectado’ no mercado para reduzir as importações é porque algo não está bem.

*Jornalista

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