O antigo efectivo do Serviço de Investigação Criminal (SIC) de Luanda, um órgão afecto ao Ministério do Interior, Flávio Pascoal Tavares, mais conhecido por “Pula Pula”, de 37 anos, voltou a fazer das suas, assassinando a sangue frio, recentemente, no município de Viana, em Luanda, um cidadão nacional que respondia pelo nome de Misaque João Adão “Tuyu”, supostamente, a mando do empresário Isaías José Lisboa Aires.
Segundo uma publicação do portal Na Mira do Crime, o assassinato ocorreu em Setembro de 2023, por voltas das 19 horas, dias depois de “Pula-Pula”, que nas lides do crime é também apelidado de “Exterminador Implacável”, prometer publicamente ao malogrado “Tuyu” que havia de assassina-lo caso não abandonasse um terreno, que o empresário (dono do grupo Porto Móvel) Isaías Aires alega ser sua propriedade.
Conforme as informações, após ser expulso do SIC/Luanda, por assassinar vários cidadãos indefesos, sem ser responsabilizado criminalmente pela Justiça angolana, Pula-Pula passou a se identificar como segurança privado do empresário Isaías Lisboa Aires.
Sucede que, dias depois de ameaçar de morte a sua vítima, Pula-Pula decidiu concretizar a sua promessa macabra, assassinando o cidadão Misaque João Adão “Tuyu”, com três tiros sendo um no braço e dois no abdómen.
Maria Manuel Adão, de 54 anos, irmã do malogrado, revelou à fonte primária que “Tuyu” foi assassinado a escassos metros de casa por “Pula-Pula”, depois de o perseguir de motorizada.
Curiosamente, o caso está engavetado no SIC/Viana. “O caso da morte do meu irmão está no SIC/Viana e, desde que perdemos o Tuyu, vivemos com medo de pensar quem vai ser o próximo”, lamentou.
A mesma diz que, depois de assassinar o “Tuyu”, feito um cão rafeiro, Pula-Pula passou a se exibir na rua onde vivia o malogrado, comprando bebidas alcoólicas (cervejas) na vizinhança. “Ele anda armado com duas pistolas e faz tiros por tudo e por nada aqui na rua”, lamentou.
Quem é Pula-Pula?
Natural do município de Cazenga, Flávio Pascoal Tavares “Pula Pula” cresceu e notabilizou-se no bairro da Madeira, na Frescangol, localidade onde fez a sua carreira criminal.
Por dominar o mundo do crime, o Serviço de Investigação Criminal recrutou-o para integrar a equipa de execução da Esquadra do IFA [Comando de Divisão do Cazenga da Polícia Nacional].
Em Agosto de 2018, a Rádio Luanda noticiou que “Pula-Pula” estava detido em conjunto com mais alguns elementos do SIC/Rangel, dos quais se destacava o inspector-chefe Pacavira.
Aos olhos do público, “Pula-Pula” tornou-se conhecido depois de o jornalista Rafael Marques de Morais ter produzido um denominado relatório “O Campo da morte”, sobre as execuções sumárias nos municípios de Viana e Cacuaco, em que este antigo agente do SIC marginal é citado pelas famílias das vítimas como o homem que mais cidadãos inocentes executou nestas localidades de Luanda.
Após a denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) criou uma comissão de inquérito para averiguar os factos e retirar conclusões. Pula-Pula figurava com triste destaque no referido relatório como um dos mais temíveis executores do SIC.