FAF ganha fama pelas piores razões – Honorato Silva
FAF ganha fama pelas piores razões - Honorato Silva
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Pela recorrência de casos negativos à volta do futebol nacional, parece ser divisa do elenco directivo da Federação, presidido por Artur de Almeida e Silva, “não importa se bem ou mal, o importante é que falem de mim”.

Todavia, é a modalidade no país a ser conduzida no caminho do abismo, enquanto a mensagem de quem compete fazer a sua gestão for “os cães ladram, mas a caravana passa”, por não se importar com as atrocidades cometidas.

Após um início de percurso tumultuado, por força das convulsões registadas no processo eleitoral, marcado pelo afastamento da candidatura de Norberto de Castro, mesmo depois do aval do Ministério da Juventude e Desportos, à época sob a tutela de Ana Paula do Sacramento Neto, o segundo mandato da actual família federativa tinha poucas hipóteses de sentir a brisa dos melhores ventos.

Feito carma, a etapa final do ciclo olímpico está a ser de completa bagunça, tendo como caixa alta a indefinição no arranque da edição 2023/24 do Girabola, competição encaminhada heroicamente para uns gloriosos 150 dias de defeso, face aos recuos decorrentes dos processos disciplinares, com contornos judiciais, e a mais recente injustificada falta de prontidão dos clubes.

Comunicados distribuídos na informalidade das redes socais, muitas vezes de atalaia, tem sido a forma de comunicar da FAF, quando o seu presidente é visto em largos sorrisos nas actividades da Cosafa, organização regional cuja gestão está igualmente sob a sua responsabilidade.

No entanto, o actual momento da modalidade e do organismo reitor exige, há muito, uma intervenção pública de Artur de Almeida, personagem muito hábil em esquivar-se das questões sensíveis suscitadas pelo cargo.

Diante do comportamento esquivo do líder da chapa apresentada a sufrágio, além dos documentos oficiais distribuídos em expedientes pouco claros, a instituição federativa tem sido invariavelmente representada por vice-presidentes, em situações que pedem a intervenção do máximo decisor.

Depois de dissipada a poeira nos céus das Palancas Negras, no corolário do clima de contestação ao seleccionador nacional, Pedro Gonçalves, por falta plasticidade na qualidade de jogo praticado pela equipa de todos nós, a discussão passou para o plano administrativo, agora com a crítica dirigida à inércia das associações provinciais, muitas delas acusadas de mancomunação com os dirigentes federativos, a troco de bens materiais de uso pessoal.

O silêncio é a resposta à vergonha nacional da eliminação humilhante das sub-20 da Welwitschias, diante do Quénia, na corrida ao Mundial feminino da categoria, face ao colossal agregado de 1-10, repartido por 1-6, em Nairobi, e 0-4, em Luanda. E, de forma caricata, foi a seleccionadora, Sandra Dias, desamparada pelos fracos resultados, quem veio fazer, sem pudor e preocupação com imagem do país, apologia de que estamos no bom caminho.

Vale perguntar a Artur de Almeida, se existe algum impedimento de a tentativa de justificação do dinheiro da FIFA, destinado ao desenvolvimento futebol feminino, ser feita com a aposta em treinadoras que trabalham de facto na disciplina.

*Jornalista – in JA

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