Futebol ajuda a pôr “alimento” em mesas de várias famílias nas periferias de Luanda
Futebol ajuda a pôr "alimento" em mesas de várias famílias nas periferias de Luanda
futebol rua

Nos diversos bairros de cidade de Luanda, a prática do futebol salão tornou-se hoje o cartão de visita, uma vez que muitos torneios ocupam o tempo de jovens e senhoras que fazem do mesmo o seu ganha pão.

Assim, o Imparcial Press andou em alguns municípios de Luanda onde a disputa de uma partida de futebol salão envolve vários sectores da vida pública e todos saem a ganhar.

Apesar da situação económica e financeira da população não ser saudável, por causa da subida dos preços dos produtos da cesta básica, jovens dos bairros da cidade de Luanda, fazem do torneio de futebol salão, aos fins-de-semana, um motivo para sorrir.

O Imparcial Press deslocou-se ao bairro da Madeira, no distrito urbano do Sambizanga, assim como na Estalagem, em Viana, para testemunhar os artistas da bola, em campo, a espalharem alegria aos bons apreciadores do futebol.

No local, registava-se casa cheia e como a prática do futebol anima paixões, os adeptos, num ambiente de bastante euforia, vibravam com o “é ué, lhe mata, lhe mata, é ué!”, sempre que os artistas de bons traquejos pegavam na bola rumo à final do jogo, cujo prémio ronda nos mais de 150 mil Kwanzas.

Com barracas de comidos e bebidos montadas, os adeptos e amantes do rei-futebol, antes ou depois do intervalo, aproveitavam o momento para relaxar com uma cerveja e gasosa bem gelada, um vinho de barril, petiscos e outros aperitivos.

Em virtude disto, igualmente, vários jovens aproveitavam o momento para analisarem o ambiente social, político e económico que os angolanos e o país atravessam há quase 10 anos, uma vez que o futebol nas comunidades, particularmente, surge como espécie de um analgésico.

Por outro lado, à moda mwangolé, o estilo de música kuduro invadia, no bom sentido, as barracas aí montadas.

Depois da rotina do Imparcial Press no distrito urbano do Sambizanga, a zona da Estalagem, no município de Viana, foi a próxima paragem final, onde, por sinal, se disputava um dos maiores torneios da província de Luanda – o Gira Jindungo.

Num ambiente igualmente de festa, desfilavam, em campo, as equipas do Kilamba e o FC da Prenda, em partida a contar para uma das jornadas do certame, com a presença até de algumas “estrelas” do Girabola – Campeonato Nacional de Futebol.

Os adeptos e amantes do futebol salão, em coro, vibravam quando o técnico do FC do Prenda tirou do banco de suplentes o atleta Vavá Setúca, tido como um dos melhores atletas do torneio.

Com fintas e dribles que levavam os adversários a se lesionarem, os adeptos faziam fotos e vídeos para serem difundidos nas redes sociais todos os fins-de-semana na Estalagem.

COMES E BEBES

Assim, segundo apurou o Imparcial Press, que a organização do certame começa justamente à sexta-feira e, seguramente, cada vendedeira, por espaço, paga mais de 2000 kwanzas e somente na segunda-feira, manhã, tem autorização para desmontar o cenário.

De acordo com o responsável do torneio Gira-Jindungo, Manucho Song, há ainda projectos em carteira com as instituições públicas e privadas para se melhorar o palco onde jogam os craques do futebol salão em Luanda.

Antes ou depois do jogo, para relaxar, os produtos nacionais tomam conta dos consumidores, logo as senhoras dizem contar com uma mais-valia.

Quanto aos alimentos, Sandra Manuel, de 52 anos, disse que o prato mais procurado tem sido o mufete cujo preço ronda entre os 1500 a 2000 Kwanzas.

“Com o dinheiro que ganho aqui, no torneio consigo sustentar os meus filhos. Matriculei os meus filhos graças a esse negócio que muitos ignoram. Por isso, a administração devia ajudar mais o jovem Manucho Song, mentor do projecto, porque tem ajudado a tirar os jovens da bandidagem”, contou.

ADMINISTRAÇOES MUNICIPAIS COM AJUDA “MAGRA”

Os organizadores dos torneios de futebol salão nas comunidades, segundo apurou o Imparcial Press, precisam de apoios das administrações municipais, porquanto acreditam estar a tirar alegadamente muitos jovens da bandidagem.

A mesma fonte acrescenta que a única que a administração municipal faz é retira o lixo no campo, enquanto aguardam por muito mais.

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