Governador do Cuando Cubango ordena ataque contra os deputados da UNITA
Governador do Cuando Cubango ordena ataque contra os deputados da UNITA
jose martins

Os actos de intolerância política protagonizados ontem, sexta-feira, 12, no troço Longa-Cuito Cuanavale, pelos militantes do MPLA contra uma caravana dos deputados à Assembleia Nacional, partiu de uma orientação directa do governador José Martins, soube o Imparcial Press junto de fontes locais.

Segundo as informações, José Martins orientou o 1.º secretário municipal do MPLA do Cuito Cuanavale, Daniel Bimbi Alfredo, a comandar a vil acção criminosa. Na conversa mantida, o também primeiro secretário provincial do MPLA usou os seguintes termos: “não quero os kwatchas na minha terra. Aqui mando eu!”.

Este último, por sua vez, abaixou as ordens para o seu segundo secretário municipal, Daniel Armando Samba, durante um encontro que manteve com os membros do Secretariado da Comissão Executiva do partido. O referido encontro teve lugar nas instalações do Comité Municipal do MPLA. 

No dia da ocorrência, Daniel Samba foi visto horas antes no local dos acontecimentos ao lado da responsável da OMA, braço feminino do MPLA, e do primeiro secretário da JMPLA a mobilizarem os populares – na sua maioria uniformizado com as vestes do partido – no sentido de bloquearem a única via de acesso que possibilitava a caravana dos deputados da UNITA de passar. 

Assim sendo, os militantes do MPLA – com o apoio dos efectivos da Polícia Nacional – bloquearam a estrada usando o truque baixo do grupo terrorista Hamas (de Palestina), colocando centenas de mulheres e crianças na linha de frente.

Posto no local, a caravana deparou-se com a situação e decidiu parar no sentido de perceber o que se passava. Foi assim que os militantes do MPLA insurgiram-se contra a comitiva dos deputados e membros da UNITA, atirando pedras, paus, garrafas, e outros objectos contundentes.     

Ciente do perigo, os três deputados da Assembleia Nacional – João Muzaza Kaweza, David Kisadila, Jeremias Abílio e o assessor Maurílio Luiele – optaram por ficar dentro das viaturas, enquanto os militantes do MPLA descarregavam a sua fúria contra os demais membros da UNITA.

A acção foi testemunhada pelos efectivos da Polícia Nacional, alguns trajados à civil, do Comando Municipal do Cuito Cuanavale, conforme garantem as nossas fontes. 

Salienta-se que, 22 anos depois do fim da guerra civil em Angola, o município do Cuíto Cuanavale continua a ser o único território onde o multipartidarismo e democracia tarda chegar. 

O Imparcial Press sabe que lá só existe um único partido, que é o MPLA, os demais partidos têm sido impedidos de instalar suas sedes. Pois, a administração local e o governo provincial não permitem nem dá lugares para a instalação dos outros partidos.

Em Abril de 2021, o secretário do soberano Mwene Mbingo Mbingo convocou uma conferência de imprensa para esclarecer a presença dos sobas do Cuito Cuanavale na actividade da UNITA. “Eu não sou da UNITA e nunca fui da UNITA. O partido da UNITA não pode ir lá no Cuíto”, declarou na altura.

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