Um recente relatório revelou que o Presidente da República, João Lourenço, gastou mais de 44 milhões de dólares norte-americanos em viagens oficiais durante o ano de 2023. Este valor, alarmante para muitos, equivale ao dobro da receita turística que o país arrecadou no mesmo período.
Segundo o Plano Nacional de Fomento ao Turismo (PLANATUR), divulgado através do Diário da República, Angola obteve um rendimento de 21 milhões de dólares com o turismo em 2023. Entretanto, os gastos do Presidente Lourenço em deslocações oficiais ultrapassaram largamente essa quantia, levantando questões sobre a gestão dos recursos do Estado.
Recentemente, durante uma viagem ao exterior que incluiu Portugal, o Presidente angolano e a sua comitiva gastaram mais de 300 mil euros apenas em alojamento durante três noites em Lisboa, segundo o Club-K.
Detalhes sobre os gastos revelam que a comitiva ocupou 90 quartos no Olissipo Palace Hotel, com o próprio Presidente e a sua esposa hospedados na Suíte Presidencial, cujo custo é estimado em 5.000 euros por noite.
Estas despesas luxuosas em viagens presidenciais têm sido motivo de críticas, especialmente quando comparadas com os recursos limitados do país e os desafios socioeconómicos enfrentados pela população. Em 2023, Lourenço visitou sete países, cada viagem custando milhões de dólares, um contraste marcante com a modesta receita turística do país.
Os críticos apontam que estes recursos poderiam ser melhor utilizados para enfrentar problemas internos urgentes, como pobreza, saúde e educação. A discussão sobre a necessidade de maior parcimónia nas viagens presidenciais está em alta, com muitos a pedirem transparência e responsabilidade na gestão dos fundos públicos.
É irónico que, durante a recente tomada de posse do novo Ministro do Turismo de Angola, o próprio Presidente tenha expressado preocupação com a falta de turistas no país, apesar das suas condições favoráveis para o turismo.
Esta disparidade entre os esforços para promover o turismo e os gastos extravagantes em viagens presidenciais destaca a necessidade de uma revisão cuidadosa das prioridades e dos gastos governamentais.