Ministério da Defesa exalta os assassinatos cometidos por Onambwé
Ministério da Defesa exalta os assassinatos cometidos por Onambwé
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Numa nota distribuída ontem (16/10), em Luanda, à imprensa, o Ministério da Defesa Nacional, Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria realçou os efeitos de um dos maior assassino – após a manifestação realizada a 27 de Maio de 1977 – de Henrique de Carvalho Santos “Onambwé“, que faleceu domingo último, em Portugal, aos 83 anos.

No informe, este órgão auxiliar à Presidência da República destaca “o alto sentido de responsabilidade” do general reformado e o “espírito de missão”, tendo contribuído na conquista e preservação da independência, da integridade territorial, da paz, unidade e reconciliação nacional e pelo normal funcionamento das instituições democráticas.

“Ao longo da sua carreira político-militar, desempenhou vários cargos na hierarquia militar e no aparelho governativo, com destaque para os de Adjunto do Comando da Sub-Região Norte da 3ª Região Militar e comandante de Coluna, secretário de Estado do Interior do Governo de Transição, Secretário de Estado e ministro da Indústria, e director Adjunto da ex-Direcção de Informação e Segurança de Angola (DISA)“, lê-se no documento.

A nota, assinada pelo ministro de tutela, João Ernesto dos Santos “Liberdade“, que também fez parte da matança de mais de 80 mil angolanos depois dos acontecimentos de 27 de Maio, apresenta a família enlutada sentidos pêsames, pelo infausto acontecimento.

Henrique de Carvalho Santos “Onambwé“ foi um dos principais executor durante o genocídio que ocorreu de Maio de 1977 até 1979. Na altura, Onambwé tomava iniciativa de matança de angolanos, muita das vezes por questões rácicas, ainda que a vítima não tivesse qualquer ligação com fraccionismo, mas tão somente por ser negro letrado, como pode-se ler no livro “Matadores do 27 de Maio de 1977“, publicado pela Fundação 27 de Maio, em 2014, em Luanda.

Após a extinção da DISA, este assassino frio foi afastado de todos os órgãos que ocupava, e no regime do malogrado ex-Presidente José Eduardo dos Santos foi recuperado e nomeado ministro da Indústria (no actual Ministério da Indústria e Comércio).

Até a sua tardia morte, Henrique de Carvalho Santos “Onambwé” estava atirado a sua sorte, atravessando um longo deserto com uma amnésia crónica que o fazia temer a sua própria sombra.

Henrique de Carvalho Santos nasceu no Porto Amboim, na província do Cuanza Sul, a 5 de Maio de 1940. Formou-se em engenharia na Universidade de Heidelberg, na Alemanha, e em geologia na Universidade de Havana, em Cuba.

Em Setembro de 1974 foi eleito membro do Comité Central do MPLA, durante a Conferência Inter-Regional que decorreu no Lundoge, na Frente Leste. Em 1975 compôs o Conselho Presidencial do Governo de Transição, secretariando a pasta do Interior chefiada pelo engenheiro Ngola Kabangu, da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA).

Em 1977, Henrique Santos (Onambwé) como responsável da DISA foi uns dos carrascos e responsável máximo com Agostinho Neto, Lúcio Lara, Iko Carreira, Rodrigues João Lopes (Ludy Kissassunda) nas torturas e assassinatos de milhares de angolanos.

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