Os residentes do Condomínio Benfica Boulevard, localizado na rua direita do Lar Patriota, em Luanda, sob a gestão de Amílcar Benjamim, Leandro Benjamim e Fábio Wilker, pai, filho e genro, respectivamente, expressam através de uma carta-denúncia, enviada à redacção do Imparcial Press, sua indignação e insatisfação com a actual situação vivenciada.
Os primeiros moradores do edifício enfrentaram privações significativas, incluindo a falta de fornecimento de energia elétrica e água. Após investigações junto às autoridades competentes, constatou-se que a imobiliária possuía uma dívida pendente, que os novos moradores foram obrigados a ajudar a saldar, financiando os serviços de interligação do edifício à rede pública de electricidade e água.
Após a conclusão desses serviços, os apartamentos foram entregues, no final de 2021. Contudo, uma dívida significativa com a ENDE, no valor de 14.321.578,28 kwanzas, referente ao período de Dezembro de 2021 a Março de 2023, e outra com a EPAL, totalizando quase 6.800.000,00 kwanzas, foram integralmente pagas pelos moradores, como evidenciado por documentos comprobatórios, em posse do Imparcial Press.
Os administradores da imobiliária desconsideram a responsabilidade sobre a situação, argumentando que os moradores não foram obrigados a residir nas condições apresentadas. No entanto, vangloriam-se de possuir protecção de altas figuras do Estado e ignoram denúncias, inclusive sobre construções irregulares que comprometem a estrutura do prédio.
Os moradores desafiam os administradores a apresentar comprovantes das obrigações fiscais ao Estado angolano sobre os valores das vendas dos apartamentos e das rendas resolúveis, cobradas em dólares norte-americanos, contrariando a legislação vigente.
A empresa Benfica Boulevard, sem respaldo legal, cobra dos moradores uma taxa de condomínio de 35.000,00 kwanzas, sob ameaças de corte de energia e água, embora os moradores já tenham organizado uma comissão para garantir esses serviços, financiada directamente por eles.
Conforme as informações em posse do Imparcial Press, a situação é agravada pela presença de seguranças não credenciados, orientados a agir com violência contra os moradores, conforme instruções do próprio Leandro Benjamim.
Os moradores pedem a intervenção das autoridades governamentais para uma auditoria na empresa, que desrespeita a legislação e ameaça a integridade física dos cidadãos. Manifestam receio pelas ameaças e abusos de poder cometidos por esses indivíduos, que se utilizam de sua influência para oprimir e calar as vozes da comunidade.
Diante da intransigência dos administradores em resolver a situação de forma amigável, os moradores apelam às autoridades do país para que tomem medidas adequadas e coíbam tais práticas abusivas.