MPLA rende-se ao general Kopelipa
MPLA rende-se ao general Kopelipa
Kope

Após ser publicamente enxovalhado, e com vários processos crimes ainda por responder em tribunal, por actos de corrupção que praticou na vigência do regime de José Eduardo dos Santos, o antigo chefe da Casa de Militar da Presidência da República, general Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, foi ontem (08/11), em Luanda, homenageado pelo MPLA.

Ironicamente, o reconhecimento não tem nada a ver com a sua contribuição ao Estado angolano, mas pelo simples facto de ser um dos dois sobreviventes [outro é o general Mbeto Traça ] que fez parte da primeira delegação da direcção deste partido a chegar a Luanda, em 1974, após a Revolução dos Cravos em Portugal.

A Revolução dos Cravos foi um movimento civil-militar que derrubou Marcelo Caetano, sucessor de António Salazar, em 25 de abril de 1974 em Portugal. A data é comemorada até hoje naquele país e representa uma grande mudança na política (pôs fim à guerra colonial) e na economia portuguesa.

A 8 de Novembro de 1974, a bordo de um avião da companhia aérea da Zâmbia, 26 membros de direcção do MPLA foram recebidos por uma grande moldura humana, em Luanda. A delegação era chefiada por Lúcio Lara, Lopo do Nascimento, Carlos Rocha “Dilolwa”, Ludy Kissassunda, Joaquim Kapango, Saydi Mingas, Manuel Francisco Tuta “Batalha de Angola”, Jacob Caetano João “Monstro Imortal”, Pedro Maria Tonha “Pedalé”, Henrique Santos “Onambwe”, Joaquim Domingos “Valódia”, Bento Ribeiro “Kabulo” e Pascoal Luvualu.

Fizeram ainda parte, Evaristo Domingos “Kimba”, Ambrósio Lukoki, Pedro Gomes “Kituxi”, Maria Mambo Café, Sílvio de Almeida, Luísa Inglês, Elsa de Almeida e Sousa “Ndjolela”, António Jacinto do Amaral Martins, Albano Machado, Mbeto Traça, Guinapo, Pascoal Macossi, Garrido “Che Guevara” e Manuel Hélder Vieira Dias “Kopelipa”.

A chegada do MPLA à capital do país, até então movimento de libertação que combatia o colonialismo português nas matas, resultou de um acordo para a entrega da governação de Angola aos nacionais, num primeiro momento com a independência (a 11 de Novembro de 1975) por meio de um governo de transição integrado pelos três movimentos e a entidade colonial a que se seguiria um pleito eleitoral.

A origem do slogan “MPLA é o povo e o povo é o MPLA”

Na ocasião, a vice-presidente do MPLA, Luísa Damião, realçou ter sido um momento histórico não só para a formação política, mas sobretudo para o país, “dai que 49 anos depois nós estamos a rememorar este momento , tendo em conta o seu valor histórico e a necessidade de passar este testemunho às novas gerações”.

Por sua vez o general na reserva, e um dos integrantes do grupo da direcção do partido na que desembarcou em Luanda na altura, Mbeto Traça, referiu que este momento teve uma influência muito forte, não só pelo facto de ter legitimado a presença do partido na capital do país e sua reorganização, como também pela demonstração de aceitação dos angolanos.

Acrescentou ainda que aquele foi, de igual modo, o reencontro dos militares com os seus familiares e amigos, que muitos não viam há anos, depois de longo período nas matas.

Mbeto Traça destacou ainda o facto de, a 8 de Novembro de 1974, o então aeroporto Craveira Lopes (em Luanda) ter sido pequeno para a imensa moldura humana e uma ocasião que motivou a expressão, que mais tarde tornou-se num dos principais slogans do partido, dita pelo chefe da delegação da formação, Lúcio Lara, de que “o MPLA é o povo e o povo é o MPLA”.

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