O terceiro mandato e o “movimento do resgate da UNITA” – Kamalata Numa
O terceiro mandato e o "movimento do resgate da UNITA" - Kamalata Numa
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Na minha vida já ouvi muita patetice. Mas, a patetice dos que se movimentam para arquitectar um terceiro mandato para o inquilino da Cidade Alta é no mínimo atitude de mentes doentias, quando todos sabem que Angola é constitucionalmente um Estado democrático de direito com limitação de mandatos.

Do outro lado, outra patetice, alinhada com a primeira, vem de um tal “movimento de resgate da UNITA”, fustigando um partido político e sua liderança que são promotores do republicanismo e da democracia em Angola e pioneiros da democracia partidária em África com a consolidação da democracia deliberativa interna e soberania dos seus membros que a exercem através dos Órgãos deliberativos, executivos, consultivos, jurisdicionais e de aconselhamento, de eleição do Presidente do Partido, da Presidente da LIMA e do Secretário Geral da JURA através do modelo de sufrágio universalmente aceite, do voto directo e regular, bem como outras formas democráticas plasmadas na Constituição da República de Angola, na Lei dos Partidos Políticos e nos Estatutos da UNITA legalmente consagrados pela luz do ordenamento jurídico do País.

Agora percebo por que se combate tanto o ideário do Mwangay e do outro lado se é preconceituoso contra este ideário.

É pela razão das ideias serem mais poderosas do que as armas. Porque a eliminação das ideias do Mwangay permitiria a continuidade da baderna politico-institucional, da corrupção, do narco tráfico e da incompetência governativa por lumpenos promovidos ao Poder desde os tempos do Dr. António Agostinho Neto, quando com o 27 de Maio de 1977, se eliminou a fina flor de intelectuais angolanos e se colocou os sobreviventes e toda sociedade traumatizada, debaixo da bota repressiva da DISA e outros órgãos de triste memória.

Porque a eliminação do ideário do Mwangay pelo “movimento de resgate da UNITA” e pelo “Movimento renovador” para ofertar ao MPLA, como suas muletas da serventia política, permitiria a erradicação do “Movimento Democrático Nacional” e afirmação de verdadeiros partidos políticos democráticos em Angola.

Por estas razões, os angolanos não se devem deixar iludir com alternâncias oferecidas por quem é mandatado pelo “movimento do terceiro mandato”, pelo “movimento do resgate da UNITA” ou pelo “movimento da terceira via” por serem uma e mesma coisa.

Pena é dos órgãos de soberania competentes nunca se julgarem responsáveis por esclarecimentos que matem “ad início” as pretensões dos aventureiros do terceiro mandato ou daqueles que contra a soberania partidária usam armas ilegais para resgatar instituições dirigidas por quadros nacionais legalmente eleitos e com legitimidade de exercer o poder até ao fim dos mandatos legalmente permitidos.

Alguém em Angola tem de colocar os pontos nos “is” e os traços nos “ts” para se colocar o comboio nos carris de forma a se permitir que Angola seja um País de normalidade constitucional, institucional e governativa.

*Ex-secretário geral da UNITA

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