Os reformados da função pública estão a ser roubados – Maria Luísa Abrantes
Os reformados da função pública estão a ser roubados - Maria Luísa Abrantes
milucha 1

Numa das minhas abordagens, perguntei se os reformados estariam a ser roubados. Parte da resposta chegou-me agora, se não for “fake news” o comentário abaixo, de Carlos Rosado de Carvalho, posto a circular pelos internautas.

Uma das afirmações seria que o Estado teria comprado 20% das ações da MOVICEL. Não encontrei nas minhas pesquisas a quem pagaram. A não ser que o general Kopelipa (os pares estão salvaguardados), tenha passado as ações para um “testa de ferro”.

O general Kopelipa teria um processo e a comunicação social pública alardeou que iriam retirar-lhe tudo o que fosse alavancado com dinheiros do Estado (no caso SONANGOL).

Terá por acaso acontecido, como na venda das ações da PUMANGOL, onde o triunvirato (Manuel Vicente, Dino e Kopelipa), foi regiamente pago pelo atual Executivo, por algo que não pagaram ao Estado e já teriam sido constituídos arguidos por crimes de “colarinho branco”?

Será por erro no sistema informático, que em vez de cobrarem ao triunvirato ainda lhes pagam?

E onde estão os 390 milhões de dólares, da venda de 10% das ações na TRAFIGURA (ficou com 5%), que o general Dino vendeu, durante o mandato do atual Chefe do Executivo? (vide OBSERVADOR, 28/9/2021).

Afinal, o Executivo prometeu e bem, retomar as privatizações dos ativos do Estado, porque “menos Estado, melhor Estado”, para captar receita e o PR até declarou, após a sua tomada de posse em 2017, que encontrou os cofres vazios. Mas faz o contrário, para salvaguardar os interesses de quem?

Nessa senda, em Janeiro de 2018, possivelmente por ordens superiores, iniciou-se a desvalorização acelerada do Kwanza, precedida da medida de desindexação do kwanza ao dólar.

Porém, o despesismo com luxos exagerados (luxos na miséria), como compra de frotas de viaturas topo de gama, aluguer de aviões topo de gama, etc..

Enfim, andam todos “esticados”, ‘a custa do dinheiro do bolso dos contribuintes. Em linguagem corrente, tratando-se de um homem a viver à custa de uma mulher, ou vice-versa, dir-se-ia que nos andam a “chular”.

E que culpa têm os reformados?

Como poderemos verificar no quadro abaixo, Em 2016 o salário mínimo nacional, desde 2014, nos termos do Decreto Presidencial n.º 144/14, de 9 de julho, variava entre AOA 14.496.000,00 e AOA 229.995,00 (USD 229,99).

De acordo com o Decreto Presidencial n.º 145/14, o salário mínimo dos pensionistas foi fixado em Kz 21.416,50 (219 dólares). Actualmente esse valor é equivalente a 25,62 dólares. Isto é; o salário mínimo com a inflação e o poder de compra a multiplicar, vale 10 vezes menos em 2024 do que há 10 anos atrás.

A isto não se chama retroceder. A isto chama-se estar no fundo do poço, ou com a corda ao pescoço, prontos para se enforcarem. E só ver o que acontece com a população que disputa os contentores do lixo diariamente, algo jamais visto nem durante o período de guerra.

O salário máximo, actual, de AOA 607.874.000,00, que até 2017, seria equivalente a cerca de USD 6.078,74, hoje equivale a 674,00 euros (USD 727,00). Isto é; REDUZIRAM AS PENSÕES JÁ PAGAS PELOS PENSIONISTAS AO CÂMBIO ANTIGO EM MENOS DE 90 VEZES. Isto é um roubo.

Hoje, o salário máximo e as pensões máximas em Angola (JÁ HÁ MUITO BEM PAGAS E RENDERAM BONS JUROS, são inferiores ao salário mínimo em Portugal, que é de USD 780,83. A exceção da Guiné Bissau, Angola é o país dos PALOP, com o menor salário mínimo, o que é vergonhoso.

Por favor, rogo aos Poderes Executivos, para refletirem mais e melhor país com consultoria nacional, a menos que pretendamos entregá-lo em futuras eleições, a alguém naturalizado dos que nos invadem, ou proveniente de uma ilha dos PALOP.

*Jurista

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