O antigo administrador municipal do Cazenga, Tomás Bica, assim como a ex-administradora para área técnica, Madalena Gomes Fernando, podem enfrentar a Justiça em breve, caso não consigam apresentar à Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), órgão da Procuradoria-Geral da República, os documentos do exercício económico 2020-2023 que estão em falta na administração do Cazenga.
Segundo o semanário Novo Jornal, caso não apresentarem à DNIAP os documentos exigidos, os dois ex-dirigentes do Cazenga podem vir a ser investigados por alegado envolvimento num esquema fraudulento na administração municipal.
O processo-crime, registado sob o número 64411 /2023, está ainda em segredo de justiça deste o mês de Dezembro de 2023.
Entretanto, a fonte primária avança que, os documentos do exercício económico 2020-2023, sob gestão de Tomás Bica, que também é membro do Comité Central do MPLA, estão em falta na administração do Cazenga, agora liderada por Nádia Neto.
De acordo com o Novo Jornal, a PGR confirmou a existência do processo de solicitação a Tomás Bica e a Madalena Gomes Fernando, a DNIAP está interessado nos documentos dos exercícios económicos 2020-2023, assim como nos da concessão de direito de superfície do ex-mercado do Hoji-Ya-Henda a uma empresa privada.
A DNIAP solicita também a Tomás Bica a relação nominal das empresas que prestaram e prestam serviços na administração municipal do Cazenga de 2023 até à presente dada.
Em Outubro de 2023, o governador de Luanda, Manuel Homem, exonerou o então administrador municipal do Cazenga, Tomás Bica Mumbundo, mas não foram avançadas as razões.
A exoneração de Tomás Bica foi muito aplaudida nas redes sociais e pelos munícipes do Cazenga, que há muito reclamavam do trabalho deste dirigente.
No mês de Dezembro último, uma fonte da PGR disse que não decorria nenhum processo-crime contra o ex-administrador do Cazenga, Tomás Bica.
Entretanto, a fonte da DNIAP, contactada esta quarta-feira, 20, disse não se tratar de um processo-crime contra o antigo administrador, mas apenas solicitação para apresentar os documentos que estão “desaparecidos” na administração do Cazenga desde a sua exoneração.
Questionando se pode tratar-se de uma possível “queima-de-arquivo”, e se Tomás Bica terá já comparecido na DNIAP, a fonte não precisou, sob argumento de que o processo se encontra em segredo de justiça.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou o antigo responsável da administração do Cazenga, Tomás Bica Mumbundo, para eventuais reacções, mas este antigo dirigente desdramatizou a situação e não quis prestar mais declarações.