Silvestre Tulumba “agraciado” com 25% das acções da Unitel, SA. – O empresário do MPLA conta com o apoio presidencial
Silvestre Tulumba “agraciado” com 25% das acções da Unitel, SA. – O empresário do MPLA conta com o apoio presidencial
Tulumba

Silvestre Tulumba, um famigerado empresário próximo do partido no poder (MPLA), manifestou recentemente interesse em adquirir uma quota parte de acções (pressupunha-se que seja 25%) do capital social da empresa de telecomunicações UNITEL, SA.

Na última semana do mês de Outubro, através de Decreto, o Presidente da República, João Lourenço, nacionalizou – a custo zero – cerca de 50% das participações que eram detidas pelas empresas “Vidatel Limited”, de Isabel dos Santos, e “GENI SA”, do general Leopoldino Fragoso do Nascimento, no capital social da UNITEL SA, correspondente a 25% cada uma.

Tão logo que a informação tornou-se pública, Silvestre Tulumba accionou os seus contactos à nível da “Cidade Alta” a fim de adquirir – ao preço de banana – das participações da UNITEL SA.

Segundo fontes fidedignas do Imparcial Press, o menino do palácio [como actualmente é apelidado nos bastidores o empresário] manteve vários contactos com o ministro do Estado e director do gabinete do Presidente da República, Edeltrudes Maurício Fernandes Gaspar Costa, no sentido de facilitar o processo então logo que for anunciado a venda das participações.

Curiosamente, ontem, sexta-feira, 18, em Oslo, Noruega, o governo anunciou que vai abrir um concurso internacional para novos accionistas da empresa de telecomunicações Unitel.

Estranhamente o anúncio foi feito pelo ministro dos Recursos Naturais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, ao invés do porta-voz da Presidência angolana.

Diamantino Pedro Azevedo respondia a perguntas de jornalistas no final da visita de Estado de dois dias, realizada pelo Presidente João Lourenço à Noruega.

Tratando-se do órgão de tutela ministerial da Sonangol, accionista da Unitel, o ministro referiu que a nacionalização da operadora da Unitel visou, somente, a protecção de um activo estratégico para o Estado.

De acordo com o governante, “se o Estado decidir alienar estas acções, claro que o fará sempre, como eu disse, com a intenção dela ter mais estabilidade, mais eficiência, e utilizará de certeza as instituições especializadas e legais do país para a sua alienação, como é o caso do concurso público”.

Silvestre Tulumba nasceu em 1981, na província da Huíla, no sul de Angola. Foi motorista de táxi até que surgiu, em 2002, como fornecedor de viaturas ao governo da província. Pela mão do então ministro da Defesa Nacional, Kundi Paihama, já falecido, expande o negócio e fornece automóveis importados ao Estado, especialmente aos ministérios onde o general tinha influência.

Os negócios dos dois cruzam-se, directa ou indirectamente: nas fazendas, nas empresas de Paihama que são geridas pelo grupo de Tulumba; no BANC e na Plurijogos.

A actividade de Tulumba surge, também, envolta em polémica, especialmente por dívidas. É o caso das situações de incumprimento registadas no sistema financeiro, especialmente no BPC e no BANC, o litígio nos Estados Unidos por quebra de contrato num negócio de aquisição e aviões, ou a investigação feita pelo Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa, por causa de salários em atraso a trabalhadores portugueses da Imosul, construtora do grupo.

Em contraste, Silvestre Tulumba e a família são conhecidos por exibir luxo, através, por exemplo, de um jacto “Falcon 900X” do grupo que usam para deslocações aos Estados Unidos de América ou uso de um McLaren e de um Bentley Bentayga em Lisboa.

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