Tribunal de Mbanza Kongo inicia julgamento do caso “Ema”
Tribunal de Mbanza Kongo inicia julgamento do caso "Ema"
Zairr

Três cidadãos nacionais, entre os quais um oficial superior do Serviço de Investigação Criminal (SIC), supostamente envolvidos na morte de Ema Pereira João Rolando, uma criança de nove anos de idade, em Junho de 2020, na vila do Nzeto, começaram segunda-feira a ser julgados pelo Tribunal da Comarca de Mbanza Kongo, província do Zaire.

Trata-se de Afonso Mbiyavanga, ex-director municipal do Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Nzeto, Kavungo Nzuzi Júnior, antigo director do Hospital Municipal e Conceição João Pereira, mãe da vítima, alegadamente envolvidos na morte, por enforcamento, da menina Ema Rolando.

À data dos factos, 19 de Junho de 2020, o corpo de Ema Pereira João Rolando, foi encontrado pendurado em uma árvore de fruta pinha de dois metros e meio de altura, no interior de um quintal onde a mesma vivia com a mãe, no bairro Kibonga, periferia da vila piscatória do Nzeto.

Segundo relatos, a menina Ema terá sido morta por asfixia pela própria mãe, a senhora Conceição João Pereira, à mando do seu namorado Afonso Mbiyavanga, antigo director municipal do SIC, por alegadamente a menina estivesse a se intrometer na relação amorosa que o mesmo mantinha com a mãe da vítima.

Em seguida, o corpo da criança foi pendurado em árvore e posteriormente removido, na calada da noite, para a morgue do Hospital Municipal do Nzeto, onde, alega-se, que terá sido introduzido, ao canal vaginal da menina, espermatozoide para disfarçar que a criança foi alvo de abuso sexual antes de ser morta.

No primeiro dia de julgamento que está a ser orientado pelo juiz da causa Paulo Lisboa, foram ouvidos apenas dois dos 30 declarantes, por estes residirem na vila do Nzeto, que dista a 230 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire.

Afonso Mbiyavanga, de 38 anos, é acusado de abuso do poder, prevaricação, favorecimento pessoal e obstrução da justiça, ao passo que Kavungo Nzuzi Júnior, de 43 anos, antigo director do Hospital Municipal do Nzeto incorre no crime de obstrução da justiça e manipulação da prova criminal.

A mãe da vítima, Conceição João Pereira, de 35 anos de idade, responde como autora do crime deste julgamento apelidado por “Caso Ema”.

Na ocasião, a representante do Ministério Público, Irani Francisco Clemente, questionou a forma em que a criança foi encontrada pendurada na árvore, para quem uma menina de nove anos de idade dificilmente conseguiria fazer os nós da corda em que tinha no pescoço.

“O tipo da árvore em si não suportaria o peso da criança em vida, por ter um tronco muito frágil”, acentuou.

O advogado de acusação, Bernardo João, considerou proveitoso o primeiro dia da audiência deste caso que mexeu com a população ambrizetana (naturais do Nzeto), por se conseguir colher questões essenciais por parte dos arguidos.

Os acusados respondem em liberdade condicional, depois de terem cumprido nove meses de prisão preventiva na unidade penitenciária do Nkiende, que dista a 30 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo.

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