Viana: Criminalidade toma conta dos bairros Capalanga e Boa Fé – Polícia cruza os braços
Viana: Criminalidade toma conta dos bairros Capalanga e Boa Fé – Polícia cruza os braços
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A onda de criminalidade, em plena época de São Valentim, mês dedicado exclusivamente a jovens apaixonados, de acordo com a tradição romana, preocupa moradores dos bairros Capalanga e Boa Fé, no município de Viana, província de Luanda.

De acordo com as vítimas ouvidas pelo Imparcial Press, Capalanga e Boa Fé tornaram-se, até aqui, em pleno mês do amor, os bairros mais melindrosos e preocupantes em termos de segurança pública.

Segundo os moradores que se dizem vítimas dos amigos do alheio, a criminalidade naquelas zonas mais habitadas de Viana, regra geral, é praticada em qualquer momento e em plena luz do dia, pelo que, na visão daqueles citadinos vianenses, é fundamental que os efectivos da polícia nacional redobrem todos os métodos de vigilância e segurança às pessoas indefesas.

Anabela Gaspar e Fernabé Pessoa, ambos moradores da zona do Capalanga há mais de nove anos, por exemplo, dizem, há menos de um mês, terem sido vítimas de um alegado assalto à mão armada na referida zona em plena luz do dia.

“Nesse bairro, praticamente, já ninguém anda e dorme com tranquilidade porque a criminalidade tomou conta do espaço. Os “gajos” não têm hora de praticar suas macabras acções. Nós, por exemplo, há menos de um mês, fomos vítimas desses camaradas em plena luz do dia. Receberam-nos tudo, mas tudo mesmo. Só Deus, se não nem estaríamos a dar essa entrevista. Já estaríamos no cemitério da Sanzala!”, disseram.

João Paulo, morador e comerciante, mais do que confirmar a triste realidade porque passam amiúde, atirou, na ocasião, todo o tapete aos efectivos da polícia destacados naquela zona do Capalanga, que pouco ou nada fazem para verem a situação ultrapassada.

Para ele, a criminalidade tomou proporções alarmantes porque aqueles que deveriam manter a ordem e a tranquilidade pública – Polícia Nacional – nunca estão prontos para acudir a essa ou aquela situação que periga a boa convivência social.

“Em pleno mês do amor, senhor jornalista, ninguém, no bairro, consegue andar à vontade e com alguma segurança porque os donos do bairro tomaram-nos conta que nem a própria polícia. Isso até é um paradoxo! Os que, por norma, têm a missão de nos controlar nunca estão preparados para qualquer situação de fórum criminal. Já não sabemos o que fazer, infelizmente…”, lamentou.

A mesma situação é verificada diária e constantemente no bairro que, de acordo com a caracterização feita pelos moradores José Carlos e Bia Gonçalves, de “Boa Fé” não tem nada.

“Vivemos há mais de 12 anos no bairro de Boa Fé e, infelizmente, a realidade é tão similar a do Capalanga. Todos os dias que Deus fez, no bairro há sempre brigas, confusões e assaltos. Já não entendemos o porquê do tal nome Boa Fé, quando devia ser o contrário de Boa. A polícia tem conhecimento e domina a situação, mas infelizmente nada fazem”, concluíram.

O Imparcial Press ouviu, telefonicamente, a socióloga Marieth da Costa que considerou a situação bastante preocupante e, não obstante, apelou ao Estado – na pessoa do Ministério do Interior – a redobrar o esforço com o sentido de repor a legalidade e tranquilidade àqueles moradores.

“(…) Ninguém pede para nascer e viver numa sociedade em conflito. É importante que o Estado, na pessoa do Ministério do Interior, crie mecanismos fortes para repor a legalidade e tranquilidade que aqueles citadinos precisam. A missão do Estado, na Filosofia Política de John Locke, consiste em proteger e preservar a segurança, liberdade e propriedade do cidadão. O Estado não pode permitir que o cidadão viva em uma turbulência permanente devido à onda da criminalidade”, apelou.

Procurou, por outro lado, o Imparcial Press, ouvir a versão do porta-voz do Comando Provincial de Luanda, Nestor Goubel, mas sem qualquer sucesso.

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