Deputados da UNITA protestam contra intolerância política no parlamento
Deputados da UNITA protestam contra intolerância política no parlamento
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Os deputados do Grupo Parlamentar da UNITA protestaram hoje, quinta-feira, 25, em Luanda, durante a V ​Reunião ​Plenária ​Extraordinária da II ​Sessão Legislativa da V Legislatura da Assembleia Nacional, contra os actos de intolerância política praticados recentemente pelos militantes do MPLA, com o apoio da Polícia Nacional, contra uma caravana do secretariado provincial da UNITA no troço Longa-Cuito Cuanavale, província do Cuando Cubango.

Os deputados exibiram na sala, onde estava a decorrer a reunião plenária, cartazes com os rostos (feridos) das dez vítimas da agressão gratuita, na sequência do ataque de 12 de Abril, ordenado pelo governador provincial, José Martins, num ambiente de ânimos exaltados.

Paz sem intolerância política“, “paz sem assassinatos” e “basta de assassinatos em tempo de paz” eram alguns dizeres estampados nos cartazes que os deputados da UNITA exibiram em pé, em meio de palavras de ordem como “assassinos”, protestando o ataque.

O presidente do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, na sua declaração política, no arranque da plenária, considerou os actos do Cuando-Cubango como “mais um atentado à liberdade, à democracia e à paz”, sobretudo num mês em que o país comemorou 22 anos de paz e reconciliação nacional.

“Um atentado premeditado à vida e à integridade física dos deputados à Assembleia Nacional sem nenhuma palavra de condenação do Sr. Presidente da República, da senhora presidente da Assembleia Nacional, do senhor ministro do Interior e do senhor Comandante-Geral da Polícia Nacional”, enfatizou.

Para o líder parlamentar da UNITA, o ataque à caravana de deputados e militantes do seu partido foi um “homicídio frustrado perpetrado por milícias do regime (MPLA) e se inscreve numa agenda contra o reforço e aprofundamento do Estado democrático e de direito em Angola”.

“Tratou-se, nitidamente, de um acto de intolerância política que visa instaurar, por meio de actos como aquele de deliberada violência, um clima de instabilidade em Angola (…), uma alteração constitucional da qual se possa instituir um terceiro mandato para o actual Presidente da República”, apontou.

A deputada Érica de Carvalho Aires referiu que o MPLA condena veementemente qualquer forma de violência física ou verbal contra qualquer cidadão angolano, independentemente da opção política, crença religiosa ou posição social.

“Nós, mantemo-nos firmes na nossa missão de defender os valores da paz, da convivência pacífica, bem como da estabilidade das instituições democráticas do Estado de direito”, disse a deputada do MPLA, em resposta às críticas da oposição.

O assunto foi retomado hoje e gerou alguns minutos de tensão entre deputados, ocasião que a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, ameaçou mesmo suspender a sessão para travar os ânimos dos deputados da UNITA que protestavam em uníssono.

Carolina Cerqueira negou qualquer silêncio da direcção do parlamento referindo que o gabinete de Comunicação e Imprensa do órgão legislativo emitiu, na ocasião, uma nota de protesto aos acontecimentos do Cuando Cubango e que esta telefonará ao líder parlamentar da UNITA manifestando solidariedade.

Liberty Chiyaka em resposta, em ambiente de tensão no hemiciclo, confirmou ter recebido ligações da presidente do parlamento e demais deputados do MPLA, referindo, no entanto, que o país esperava por um “posicionamento público” de Carolina Cerqueira.

Em relação à actual realidade social e económica do país, Chiyaka considerou que Angola vive “uma grave crise social e económica”. A fome aumentou, a pobreza aumentou, o desemprego aumentou, a insegurança aumentou, a corrupção aumentou”, concluiu.

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