“As Raízes Bantu da língua latina e a sua Influência sobre as línguas europeias” foi o tema da palestra proferida ontem, sexta-feira, 10 de Novembro, em Kinshasa, pelo professor angolano Melo Josias, no quadro das comemorações do 48º aniversário da Independência Nacional.
Promovida pela Embaixada de Angola na República Democrática do Congo, a exposição realçou os desafios da valorização das culturas e das línguas dos povos africanos e o seu impacto fora do continente.
Num debate animado, sala cheia com presença de académicos e diplomatas acreditados na RDC, o palestrante convidou os investigadores a trabalharem com afinco para, segundo ele, se estabelecer uma verdade escondida durante séculos, sobre a contribuição primordial dos africanos na civilização de toda a humanidade.
Ao intervir no acto, o embaixador de Angola na RDC, Miguel da Costa, debruçou-se sobre o estudo do bantu como um dos mais relevantes caminhos para se compreender o processo de formação de muito dos povos em África e noutras partes do mundo.
Perfil do palestrante
Nascido em Mbanza Congo, o também pastor, Melo Josias, é apaixonado pela escrita. Tendo estudado latim, poliglota e pesquisador incansável em linguística, percebeu muito cedo que a história informal da África, defendida por estudiosos como Cheikh Anta Diop, Theóphile Obeng e Ivan Van Sertima, merece ser divulgada, por trazer uma abordagem mais optimista das perspectivas de desenvolvimento desse continente (africano) que nasceu durante a infância da Terra.
Humanista e filantropo, sua formação superior em relações internacionais na RDC, para onde os seus pais emigraram na primeira metade do século XX, após seus quase 25 anos de carreira nas Nações Unidas, e mais, particularmente, em Paris (UNESCO), constituem uma garantia da sua probidade intelectual e do seu rigor científico.
O autor, que desenvolve estudos na área da linguística há mais de 35 anos, proferiu palestras em diversas arenas académicas e religiosas em Angola, RDC, França e Estados Unidos da América.