O Estado angolano (através do Ministério das Finanças) cedeu apartamentos no edifício residencial da Torres da Cidadela, em Luanda, para os magistrados. O juiz presidente do Tribunal Supremo, Joel Leonardo, ofereceu um ao seu filho, Vanur de Abreu Isau Leonardo, que não é juiz. O apartamento que fica no piso 19B, T4, da torre A.
Seguindo-lhe o mau exemplo, um juiz desembargador da comarca de Luanda, João António Francisco, que também beneficiou de um apartamento (15A), no mesmo edifício, colocou a filha, Mónica Jussara Madeira Francisco, no imóvel. Casada com um cidadão libanês, Mónica Francisco habita no apartamento desde Abril de 2021.
Ao tomar conhecimento de que o colega o imitou, Joel Leonardo acusou o colega juiz desembargador de ter arrendado o imóvel a um estrangeiro, estando agora numa briga pública de querer receber o imóvel para oferecer à funcionária do CSMJ, Erika Otávio Peixoto, de quem ele tem uma filha menor.
Na semana passada, o chefe da escolta de Joel Leonardo, Nelo Fuca (subinspector da polícia nacional), mais o seu grupo foi até ao edifício “Torres da Cidadela” para arrombar e desocupar o apartamento do juiz desembargador João Antônio Francisco, cometendo o crime de invasão de propriedade alheia, previsto no Código Penal.
Ao ser denunciado, Joel Leonardo fez sair um comunicado acusando o colega de ter arrendado o apartamento a um cidadão estrangeiro, e de seguida moveu-lhe um processo disciplinar, afastando-o da sua função de juiz e de inspector judicial.
Se o cargo de presidente do CSMJ fosse ocupado por uma outra pessoa, o juiz presidente do Tribunal Supremo seria também suspenso por dar apartamento nas Torres da Cidadela ao seu filho que não é juiz, e por estar a ser investigado por corrupção pela PGR.
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