Os profissionais do Centro de Saúde da Comuna do Lucusse, na província do Moxico, continuam a realizar os trabalhos de parto à luz de lanterna do telemóvel, por inexistência de corrente eléctrica, em pleno século XXI. Que tamanha desumanidade.
Em declarações à imprensa, na última quinta-feira, a administradora do referido centro, Esperança António, lamentou a falta de condições laborais na unidade, situação que tem dificultado o normal atendimento aos pacientes, colocando em risco a vida das mulheres em trabalho de parto.
Acrescentou que, para além da inexistência de corrente eléctrica, a unidade sanitária da comuna regista a falta de colchões para o preenchimento das camas existentes e permitir a activação do serviço de internamento dos doentes no Centro de Saúde.
A unidade sanitária carece também de uma ambulância, para transferência, de forma rápida e segura, de doentes para a capital provincial (Luena), num percurso de 133 quilómetros de estrada, de acordo com a responsável.
Por sua vez, o administrador municipal do Moxico, Horácio Sachamuaha, que falava recentemente no quadro de uma visita de trabalho na circunscrição, disse que a solução dos problemas daquela região poderão ser facilitadas com a elevação da comuna à categoria de município, no quadro da nova Divisão Político-Administrativa (DPA).
Conforme o responsável, o município do Moxico (sede), com mais de 460 mil habitantes, congrega metade da população de toda província, dificultando a realização plena de todas as necessidades das comunidades.
A comuna do Lucusse dista a 133 km da cidade do Luena, capital provincial, é atravessada pela Estrada Nacional (EN) 180, com uma extensão territorial de 11 mil 278 km2, albergando uma população estimada em 19 mil 381 habitantes.
